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Ao longo desta semana, o g1 tem revelado curiosidades sobre os bastidores da TV Globo, que celebra 60 anos neste sábado (26). Nesta sexta-feira (25), o destaque foi a criação de uma das vinhetas mais icônicas — e assustadoras — da televisão brasileira: a chamada do Plantão da Globo.

A trilha sonora que faz muitos brasileiros pararem o que estão fazendo foi criada pelo músico João Nabuco, em 1991, como parte de um concurso interno da emissora. A composição se destacou entre as concorrentes e estreou naquele mesmo ano, rapidamente se tornando sinônimo de notícias urgentes — muitas vezes trágicas — e gerando o famoso “susto” coletivo quando vai ao ar.
Para o compositor e maestro Roger Henri, responsável por outras trilhas clássicas da Globo, como a do Supercine, o segredo para criar uma vinheta de impacto está em compreender o conteúdo que ela vai introduzir. “Qual é a matéria? Qual é o programa? Se é para cima, se é uma minissérie. Você (precisa) entender que aquela vinheta vai abrir o quê?”, questiona Roger. “Você tem que resumir em seis segundos. Uma coisa fácil para pessoa que está assistindo em casa assimilar. Com o tempo, você sabe o que vai funcionar em termos de harmonia, de sonoridade, e, principalmente, o que vai chamar atenção. Às vezes, eu levo uma tarde, isso se eu ficar muito em cima”, explica. Continua depois da Publicidade Henri ressalta que o processo vai muito além da criação musical: é preciso casar o som com a imagem. “A vinheta não é só compor uma música. Eu recebo uma imagem, que tem um movimento, uma luz, a logomarca. Então, você tem que sincronizar tudo”, afirma. Para isso, ele utiliza um metrônomo, que ajuda a manter o ritmo preciso durante a criação. “Então, uma metade do tempo é de composição e a outra metade de aperfeiçoar o sincronismo com a imagem”, aponta. Continua depois da Publicidade Nabuco, por sua vez, revela que se inspirou no Repórter Esso, tradicional programa de radiojornalismo criado em 1941. O que mais o surpreende, no entanto, não é o impacto que a vinheta causa no público, mas sim sua longevidade. “Entrou na cabeça das pessoas de uma forma que eu não poderia imaginar”, admite o compositor.

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Fonte: hugogloss.uol.com.br