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Regina Duarte fez seu retorno à Globo após 5 anos, desde que deixou a emissora para assumir a secretaria especial de Cultura do ex-presidente, Jair Bolsonaro. Em entrevista ao “Conversa com Bial”, exibida na madrugada desta terça-feira (22), ela desabafou sobre as críticas ao aceitar o cargo político e descartou voltar para as novelas.

A artista foi a primeira convidada da nona temporada do talk show, que trará uma programação especial dedicada aos 60 anos da emissora. Regina falou da importância de celebrar as seis décadas, mas afirmou que não deseja mais decorar textos. “Eu tenho revisitado tanta coisa que já fiz, é uma forma de recuperar essa relação tão importante na minha vida, tanta gratidão nessa história, tanta paixão por tudo que fiz, como conseguiram me fazer apaixonada durante 60 anos?“, comentou.
Retorno às novelas Em meio aos rumores de que estaria na próxima trama de Aguinaldo Silva, “Três Graças”, a atriz brincou: “Tem um personagem mudo, que só faz caras e bocas. E através das caras e bocas, ela transmite o que quer comunicar? Eu não quero mais decorar textos, fiz isso a minha vida inteira. Eu trabalhava 24 horas por dia: 12 gravando e 12 decorando. Me dá uma folga!” Ela ressaltou que só aceitaria participar da novela se não tivesse que falar nada. “Mas a mudinha é uma proposta interessante“, disse, aos risos. Confira: Regina Duarte negou que estará em #TrêsGraças. Disse que só aceita se for uma personagem muda “Não quero mais decorar texto” #ConversaComBial pic.twitter.com/H2siPIgWWZ — 𝗩𝗶𝘁𝗼𝗿 (@vitorpeccoli) April 22, 2025 Taís Araujo em Vale Tudo Regina também elogiou a atuação de Taís Araujo no remake de “Vale Tudo”. A intérprete de Raquel Acioly na primeira versão da novela, de 1988, falou sobre a conversa que as duas tiveram antes da estreia. “Que novelão, coisa linda, impressionante. Taís me mandou uma mensagem linda e respondi também lindamente como ela merecia e merece. Ela está muito bem, ela é uma grande atriz“, comentou. “Falei para ela: ‘Relaxa e se solta, se joga nessa mulher. O que a gente faz é um parque de diversões, vai brincar’. A brincadeira é falar e fazer o que você não faria nunca. A liberdade de ser outro ser, com outras convicções. Sempre tive sorte de fazer personagem muito parecido com a pessoa que meus pais criaram“, analisou. Assista: “Tá assistindo #ValeTudo?”“Assisto uma coisa, vejo outra. Que novelão, né? Coisa maravilhosa.”“Taís veio pedir a bênção a você, né?”“Ela me mandou uma mensagem linda e respondi lindamente como merecia. Ela tá muito bem.” (Regina Duarte) pic.twitter.com/YTX9CmcMdp — Sérgio Santos (@ZAMENZA) April 22, 2025 Continua depois da Publicidade Roque Santeiro e a censura Chamada de “rainha” por Bial, a atriz relembrou sua trajetória nas novelas. Ela estreou na emissora em 1969, na trama “Véu de Noiva”, mas um de seus papeis mais marcantes foi em “Roque Santeiro”, em 1975, quando interpretou Viúva Porcina. A novela marcou época ao satirizar a exploração política e comercial da fé popular, entretanto, sofreu várias censuras. “Me lembro muito de ter ido a Brasília com um diretor da Globo e um grupo de colegas pedir a liberação de Roque Santeiro. A novela foi censurada e a gente foi pedir que ela fosse liberada. Foi uma excursão muito frustrante. O presidente da época, Ernesto Geisel, nem nos recebeu, mandou alguém. Ficamos em uma sala bastante tempo esperando e não vinha ninguém falar com a gente, esquisito“, relembrou. Regina Duarte revelou o que mudaria em Viúva Porcina. (Foto: TV GLOBO / CEDOC; Reprodução) Regina revelou que que não gosta da famosa cena em que Sinhozinho Malta (Lima Duarte) lambe a mão de Porcina como um cachorro, e disse que seu desejo era que a personagem tivesse ido embora com Roque Santeiro (José Wilker). Ela ainda falou o que mudaria na personagem atualmente. “Hoje eu cortaria 80% da gritaria dela, não precisa pra demonstrar poder. Quando eu gritava, via os câmeras segurando um riso, eu achava que estava agradando, e comecei a gritar cada vez mais alto e perdi a noção. Só grita quem está inseguro e na verdade ela era insegura“, declarou. A entrevista também contou com a participação da jornalista Laura Mattos, autora do livro “Herói Mutilado”, sobre a obra “O Berço do Herói”, de Dias Gomes, que deu origem a “Roque Santeiro”. A censura foi imposta a todas as versões, desde a peça de teatro, em 1965, até a versão da trama que foi ao ar dez anos depois. “A censura é prejudicial para a arte. Cada um que escolhe o que quer seguir, o que quer louvar“, comentou a atriz. Cargo político  Bial ainda fez uma relação entre a censura e os ataques que Regina recebeu ao apoiar Jair Bolsonaro. “Eu fui chamada pelo governo Bolsonaro para a Secretaria Especial de Cultura e fui muito defenestrada por causa disso. Bastante, mas eu não sinto mais isso. Foi um momento. Sinto que a sociedade já evoluiu e é capaz de aceitar que eu possa fazer escolhas e não tenho que seguir o evangelho A, B ou C”, pontuou. “Em termos de censura, eu acho que a gente está entendendo que o outro tem direito de ser quem ele é, com suas escolhas. Se não for isso, é insuportável viver em sociedade“, completou. Veja: Parte das pessoas podem não gostar, mas ela merece todo respeito enquanto artista simmm.Aliás que atriz!#ReginaDuarte está linda, plena.a entrevista com Pedro Bial foiPerfeita. (Recomendo) AS PESSOAS TÊM O DIREITO DE ESCOLHER SIM. Se a escolha dela não me agradou problema… pic.twitter.com/J3eNKNond8 — Serginho leal (@Serginholeall) April 22, 2025

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Fonte: hugogloss.uol.com.br