Essa mudança ficou ainda mais evidente após o movimento #OscarsSoWhite, que ganhou força em 2016. Desde então, a Academia ampliou a diversidade entre seus membros, convidando novos eleitores de diferentes origens e nacionalidades. Hoje, por exemplo, há 52 brasileiros na AMPAS, incluindo Walter Salles e Rodrigo Teixeira, respectivamente diretor e produtor de “Ainda Estou Aqui”, além da mãe de Fernanda Torres, Fernanda Montenegro.”A Academia passou por um processo de internacionalização forte e hoje o que os europeus pensam conta muito mais do que contava 15 anos atrás”, analisa Haurelhuk. “Os filmes estão muito mais internacionais em suas temáticas”. Em 2020, por exemplo, o grande vencedor da noite foi o sul-coreano “Parasita”.As chances de “Ainda Estou Aqui” no Oscar”Emilia Pérez”, musical sobre um ex-chefe de cartel do México que passa por transição de gênero está indicado em 13 categorias, concorrendo contra “Ainda Estou Aqui” pelas estatuetas de filmes internacional, melhor atriz e melhor filme. É o grande favorito do ano.Contudo, a produção francesa enfrenta a acusação de ser uma exploração cultural de uma importante questão mexicana, envolvendo o narcotráfico, e pela forma como retrata a realidade transgênero. “As múltiplas indicações de ‘Emilia Pérez’ surpreenderam bastante a gente aqui no México”, conta o jornalista e crítico Lalo Ortega.Se a Academia realmente está fazendo um esforço consciente para ser mais inclusiva, como nos olhares sobre as narrativas que estão sendo contadas, acho importante que sejam premiadas propostas que, se não têm pelo menos um lugar de fala, ao menos levantem perguntas e demonstrem interesse genuíno em abordar questões relevantes. […] Ficamos surpresos porque não enxergamos essa pegada no filme. Lalo Ortega, jornalista e crítico de cinema mexicano
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