O promotor do condado de Los Angeles, Nathan Hochman, anunciou nesta segunda-feira (10) que vai retirar o pedido de redução da pena dos irmãos Menendez. Ele afirmou que Lyle e Erik, presos há 35 anos por matarem os próprios pais, precisam admitir as mentiras que contaram sobre o assassinato para que ele apoie sua libertação.
“Apresentamos um caminho para que os irmãos Menendez possam, potencialmente, sair da prisão. Isso exige que, finalmente, depois de mais de 30 anos, eles reconheçam totalmente e assumam completa responsabilidade por toda a extensão dos crimes e por todas as mentiras que contaram“, afirmou o promotor, conforme divulgado pela Reuters.
Nathan também declarou que os irmãos só reconheceram quatro das 20 mentiras que teriam dito para tentar encobrir o assassinato. No entanto, o advogado de defesa dos réus, Mark Geragos, contestou essa afirmação. “Eles foram interrogados por semanas e assumiram todas as mentiras“, disse ele ao TMZ, acrescentando que o foco deveria ser a reabilitação dos irmãos e não a extensão das etapas do julgamento. Na esquerda, Erik Menendez, e o irmão Lyle (direita), em frente a casa da família em Beverly Hills. (Foto: Getty) O crime aconteceu em 1989, quando Lyle e Erik, com 21 e 18 anos, assassinaram a tiros seus pais, Jose e Kitty Menendez, em uma luxuosa mansão em Beverly Hills, onde viviam. O pai dos irmãos era uma figura importante na indústria fonográfica e do entretenimento, e por isso o caso teve grande repercussão mundial. Inicialmente, os meninos tentaram fazer com que o assassinato parecesse um ataque da máfia, mas depois admitiram a autoria do crime. Em 1996, os jovens foram condenados por homicídio em primeiro grau e sentenciados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. No entanto, o caso voltou a ser amplamente comentado em 2024 após o lançamento de um documentário e uma minissérie pela Netflix, intitulada “Monstros: A História de Lyle e Erik Menendez”, que apresentou novas evidências corroborando a versão de que os irmãos cometeram o crime após sofrerem abusos sexuais pelos pais. Nicholas Alexander Chavez e Cooper Koch como Lyle e Erik, respectivamente, em série da Netflix sobre os irmãos Menendez (Foto: Reprodução/Netflix) Foi graças a isso que o ex-promotor George Gascón apoiou a reclassificação da condenação e a libertação dos dois. No entanto, Gascón perdeu as eleições para Hochman em novembro do ano passado e foi derrotado no cargo de promotor. A audiência de reclassificação de pena está marcada para os próximos dias 20 e 21 de março, e o atual promotor disse que pedirá a retirada da solicitação de Gascón. Hochman já havia revelado ser contra um novo julgamento e chegou a questionar se Lyle e Erik realmente sofreram abusos sexuais. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, que tem o poder de reduzir uma sentença criminal, pediu ao conselho de liberdade condicional que avalie se os irmãos representariam um risco para a sociedade caso fossem libertados. Continua depois da Publicidade As tias paternas e maternas de Lyle e Erik apoiam a libertação dos dois, assim como vários outros parentes. A única exceção era um irmão de Kitty, falecido recentemente, que sempre contestou a versão dos irmãos. “Eu me importo muito com eles. Estou abalada agora pensando nisso. O fato de eles estarem na situação em que estão. Eles não mereciam nada disso. Eles foram usados e abusados, e parece não haver fim para isso“, expressou Joan VanderMolen, irmã da mãe dos garotos, à Variety em outubro. “Só saiba que eu – nós, a família – amamos Erik e Lyle. Espero que nosso apoio os leve aonde eles deveriam estar, e isso não é na prisão“, completou.
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Fonte: hugogloss.uol.com.br