fbpx


Rodrigo Bocardi, jornalista demitido da TV Globo na última semana, dava consultoria e media training para políticos e executivos por meio de uma de suas empresas. Segundo um documento obtido pelo Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (6), ele cobrava R$ 55 mil a hora. Em outubro de 2023, Bocardi teria realizado 10 consultorias do gênero.

De acordo com o jornal, a emissora não proíbe a prestação de serviços do tipo, contanto que os jornalistas notifiquem e passem por uma avaliação interna. O fato de Bocardi não ter feito isso em todas as ocasiões seria uma das supostas razões para a demissão do repórter. De acordo com o F5, o jornalista cobrava R$ 55 mil por hora em serviços de comunicação. (Foto: Reprodução / TV Globo)
Bocardi foi desligado da Globo por recomendação do compliance da empresa, após uma investigação interna que apontou quebra de conduta ética. A princípio, a acusação contra ele foi de assédio moral, mas isso não foi provado. Entretanto, o jornalista estaria prestando serviços de comunicação para uma empresa que atende contas públicas, incluindo empresas de ônibus na Grande São Paulo, em paralelo ao trabalho na emissora. Continua depois da Publicidade Segundo o documento, de 2017 a 2023, o jornalista prestou serviço para o banco Bradesco, o que é considerado conflito de interesses. Quando questionada sobre o caso, a instituição financeira declarou que “por uma questão de respeito aos direitos individuais, o banco não comentará o assunto”. A Globo, por sua vez, informou que não irá se manifestar sobre o caso, além do comunicado oficial sobre a demissão do apresentador. “A empresa não comenta decisões de compliance”, dizia a nota. Uma das empresas ligadas a Bocardi, a Boc Produções e Palestras, emitiu quatro notas fiscais entre 2017 e 2019, totalizando R$ 322 mil. Em 2019, essa empresa foi renomeada para Diglon Produções. Os registros indicariam que Bocardi prestou serviços para a UniBrad, a Universidade Corporativa do Bradesco, além de produzir conteúdos internos direcionados aos clientes do banco. De acordo com as investigações, uma empresa ligada ao jornalista preparou executivos e entrevistados do Bradesco para falarem melhor com clientes, eventos e entrevistas. Seus superiores na Globo só teriam tomaram conhecimento da situação após a apuração conduzida pelo setor de compliance da emissora. Continua depois da Publicidade “Os integrantes da Globo não devem exercer atividades, remuneradas ou não, em organizações que tenham objetivos conflitantes com as diretrizes e os princípios estabelecidos neste Código ou tenham relação comercial com qualquer empresa, cuja contratação pelo Grupo Globo seja de responsabilidade direta ou indireta do integrante em questão, ou ainda que, por outros motivos, possa configurar conflito de interesses”, diz trecho do código da empresa. O caso lembra a saída do jornalista Dony de Nuccio da Globo, em 2019. Na época, ele deixou a emissora após ser revelado que sua empresa, a Primetalk, realizou serviços para o Bradesco sem informar previamente seus superiores.

Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques

Fonte: hugogloss.uol.com.br