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Ao dar vida à Heleninha Roitman no remake de “Vale Tudo“, Paolla Oliveira decidiu fazer uma mudança significativa em sua vida pessoal e profissional. A atriz revelou que ficará um ano longe de campanhas publicitárias envolvendo bebidas alcoólicas, como forma de respeito ao tema sensível abordado por sua personagem, que enfrenta o alcoolismo na trama. Em entrevista à Ela, do jornal O Globo, divulgada neste domingo (6), ela também falou sobre a pressão para ter filhos.

“Durante um ano não farei propaganda de bebidas alcoólicas. O compromisso que tive no carnaval tinha sido acordado antes da Heleninha. E, no futuro, farei com mais consciência. Recebi outras três propostas no carnaval [de fazer propaganda de bebidas] e recusei. De início, já houve essa mudança”, revelou.
Durante o Carnaval deste ano, Paolla ainda participou de uma ação publicitária, em que foi embaixadora de uma marca de cerveja e marcou presença na folia com destaque, mas o acordo havia sido firmado antes do início das gravações da novela. A musa também destacou a relevância de trazer novamente à TV aberta discussões sobre alcoolismo. Ela lembrou o impacto que a personagem teve na primeira versão da novela, exibida há 37 anos: “Heleninha representou um grande passo. Naquela época, a personagem fez com que mais pessoas ingressassem no Alcoólicos Anônimos (AA) e aumentou o número de mulheres mostrando necessidade de ajuda. Mas, ao mesmo tempo, a sociedade distanciava e apontava o alcoolista. Estamos em outro momento. Porém, apesar de o alcoolismo ser reconhecido como doença, o estigma continua. E, até para uma questão de saúde pública, a sociedade é machista”.  Heleninha (Paolla Oliveira), ao lado de Eugênio (Luis Salem), em “Vale Tudo”. (Foto: Globo/Marcos Serra Lima) Continua depois da Publicidade Para se preparar para o papel, Oliveira frequentou diversas reuniões do AA em diferentes locais. “Ouvi relatos de mulheres que, dez anos depois, ainda choram nas reuniões do AA por terem esquecido de buscar o filho na escola. Fora a vergonha que sentem em se relacionar com pessoas que, no dia seguinte, não sabiam quem eram”, lamentou. A atriz também compartilhou o impacto pessoal do processo, e como é a sua relação com a bebida: “Ouvi as histórias mais difíceis lá dentro, e sou grata por poder olhar para o lado com empatia e respeito. Tenho relação saudável com a bebida. Nunca achei que estivesse bebendo além da conta, mas já observei esse comportamento em amigos próximos. Outra coisa: para muita gente a Heleninha era só uma alcoolista. Mas é muito mais do que isso. Está sendo delicioso descobrir a mulher incrível, que não fazia parte da minha imagem”. “Durante um ano não farei propaganda de bebidas alcoólicas”, disse a atriz. (Foto: Globo/Marcos Serra Lima) Continua depois da Publicidade Pressão para ter filhos Além do tema do alcoolismo, Paolla aproveitou para falar sobre outro assunto que a acompanha há anos: a pressão social para ser mãe. Segundo ela, os julgamentos começaram ainda na juventude. “Sofro essa pressão desde os 20 anos. Já ouvi ‘agora é cedo, daqui a pouco’, ‘está na hora’ e, agora, ‘está ficando tarde’. Por não ter filhos, já fui acusada de ser insensível e contra a família. Em um trabalho, chegaram a dizer que eu não poderia vender um produto ‘familiar’ por não ser mãe. Respondi: ‘Pois então não tenho família, vim de chocadeira?’ (risos)… Depois que consegui falar sobre o desejo de não ter filhos com mais tranquilidade, as mulheres passaram a me parar na rua para contar que também fizeram essa opção”, contou. Diogo Nogueira e a atriz estão juntos desde 2021. (Foto: Reprodução / Instagram) Paolla também mencionou que a pressão para ser mãe não afeta sua relação com o namorado, o cantor Diogo Nogueira. Segundo ela, o casal lida com o assunto de forma leve, e a decisão de congelar óvulos trouxe mais tranquilidade para lidar com as cobranças externas. “Diogo é pai e não temos essa questão. Sigo com o poder da escolha por ter congelado óvulos. Isso acalma o coração de quem sempre foi cobrada para ter uma resposta. Agora tenho uma: falo tranquilamente que não quero e que considero uma vida consistente sem filhos. Por muito tempo, senti vergonha disso”, concluiu.

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Fonte: hugogloss.uol.com.br