Ler resumo Ludmilla reagiu no X ao inquérito criminal de Marcão do Povo, após o apresentador do SBT registrar notícia-crime na Polícia Civil de Barueri (SP) para tirar do ar vídeo em que a cantora afirma que ele não foi inocentado em caso de racismo.
Neste domingo (28), a cantora Ludmilla reagiu à abertura de inquérito criminal feita pelo apresentador Marcão do Povo. Em publicação nas redes sociais, a artista expressou sua indignação e fez um desabafo sincero.
O caso começou quando Marcão registrou, na Polícia Civil de Barueri, em São Paulo, uma notícia-crime solicitando a abertura de investigação contra Ludmilla. No documento, o apresentador pede que seja retirado do ar um vídeo publicado pela cantora em 19 de dezembro, no qual ela afirma que o âncora do SBT não foi inocentado no caso de racismo contra ela. No X (antigo Twitter), Ludmilla reagiu à reportagem da Folha de S. Paulo e declarou: “Só no Brasil uma pessoa que chamou a outra de ‘macaca’ em rede nacional pensa em abrir um inquérito criminal contra a vítima”. Ludmilla reage após queixa-crime de Marcão do Povo. (Foto: Reprodução/X)
Segundo o colunista Gabriel Vaquer, da coluna f5, o inquérito já foi aberto pela Polícia Civil para apurar os pedidos do apresentador do “Primeiro Impacto”. A defesa de Marcão argumenta que Ludmilla “ultrapassou o limite da liberdade de expressão” em sua fala. Marcão classifica o conteúdo do vídeo como “mentiroso”. “Tais expressões não admitem ambiguidade semântica e afastam qualquer tentativa de enquadramento como crítica genérica, configurando imputação objetiva de conduta criminosa”, diz a notícia-crime. O texto protocolado pela defesa afirma, ainda, que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) o inocentou da acusação de racismo contra Ludmilla em dezembro de 2024, decisão mantida após recurso neste ano. “Mesmo ciente do histórico processual, até porque afirma expressamente que houve manobra processual, a representada (Ludmilla) opta por desqualificar a decisão judicial absolutória, imputando ao Judiciário uma suposta fraude e, ao ofendido, a prática de crime”, conclui. Continua depois da Publicidade O conflito teve início em 2017, quando Marcão do Povo chamou Ludmilla de “macaca” ao vivo, durante um programa na Record. O episódio evoluiu para um processo judicial movido pela cantora. Em 2023, o apresentador disse ter sido absolvido. “Então hoje, eu anuncio publicamente que fui inocentado de toda e qualquer denúncia de calúnia de crimes de ódio e contra raça”, disse ele. A polêmica voltou à tona no dia 19 deste mês, quando Ludmilla rebateu a declaração do apresentador: “Ele não foi inocentado, gente. Na verdade, ele usou uma manobra para se livrar das consequências. A Justiça reconhece o racismo que ele cometeu comigo, contra mim. Mas ele não vai pagar nada por isso. É uma manobra processual absurda, que eu estou indignada, mas que ele não vai cumprir os efeitos da decisão”. Segundo a Folha, a equipe jurídica de Marcão argumentou que houve um recurso apresentado fora do prazo, e o STJ aceitou o pedido. Ludmilla fala sobre imbróglio judicial com Marcão do Povo pic.twitter.com/1x1HxRRqxV — WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) December 28, 2025 Continua depois da Publicidade Na sequência, a cantora criticou a emissora em que Marcão agora trabalha: “Agora o SBT, que é uma emissora histórica, que sempre representou a pluralidade do Brasil, precisa saber que mantém em sua casa um apresentador condenado a racismo. Eu deixo aqui minha indignação com vocês, porque é a única coisa que eu posso fazer. Eu vou tentar recorrer mais alguma coisa aqui na Justiça, mas, assim, é com o estômago embrulhado que eu recebo esse vídeo e essa decisão”. Dias depois, Ludmilla revelou que foi procurada pelo SBT para uma homenagem, a qual acabou recusando devido à permanência do apresentador no canal. “Eu não posso aceitar uma homenagem enquanto essa mesma emissora continua dando voz, espaço e respaldo a pessoas que tiveram atitudes racistas”, afirmou. Ludmilla fala sobre imbróglio judicial com Marcão do Povo – 2 pic.twitter.com/UWHICmCPuX — WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) December 28, 2025 Continua depois da Publicidade Ministério da Igualdade Racial se manifesta Ao longo da última semana, o Ministério da Igualdade Racial (MIR) se pronunciou sobre o caso. Em nota oficial, o órgão repudiou a atitude do apresentador e reafirmou apoio à cantora. “O Ministério da Igualdade Racial repudia e manifesta solidariedade à cantora Ludmilla, diante do episódio de racismo sofrido por ela durante um programa de televisão. O racismo, independentemente do espaço em que é praticado, fere a dignidade, reforça desigualdades históricas e fragiliza a democracia. Racismo é crime e não pode ser naturalizado, normalizado ou ignorado, assim como a liberdade de expressão não pode ser confundida com autorização para desrespeitar e praticar violências”, diz a nota. O texto conclui: “O MIR reafirma seu compromisso inegociável com o enfrentamento ao racismo, com a promoção do respeito, da igualdade e da defesa dos direitos da população negra. A missão primeira do ministério é construir um país mais justo, inclusivo e igualitário para todos e todas”.
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Fonte: hugogloss.uol.com.br