Ler resumo Jimmy Kimmel voltou à ABC com o “Jimmy Kimmel Live!”, nesta terça (23), e se emocionou ao comentar a suspensão do programa. Ele criticou o presidente Donald Trump, defendendo seu direito à liberdade de expressão, e explicou os comentários sobre a morte de Charlie Kirk.
Jimmy Kimmel retornou à ABC com o “Jimmy Kimmel Live!”, nesta terça-feira (23), e se emocionou ao abordar a suspensão do seu talk show. O apresentador reprovou a decisão da emissora e ainda teceu críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele enfatizou que não teve a intenção de insinuar qualquer tolerância à violência ou fazer pouco caso da morte de Charlie Kirk.
Assim que entrou no estúdio, Kimmel foi ovacionado pela plateia e agradeceu pelo apoio que recebeu ao longo desta última semana. “Eu estou feliz de estar aqui com vocês. Eu não sei quem teve as 48 horas mais estranhas, eu ou o CEO do Tylenol”, brincou, se referindo às alegações de Trump de que o uso do medicamento por mulheres grávidas levaria à incidência do Transtorno do Espectro Autista em bebês. A declaração foi rebatida pela OMS. “Ouvi de todas as pessoas do mundo nos últimos seis dias. Todos que conheci entraram em contato comigo 10 ou 11 vezes. Também quero agradecer a todos vocês que apoiaram nosso programa, se importaram o suficiente para fazer algo a respeito, para fazer com que suas vozes fossem ouvidas, para que a minha pudesse ser ouvida. Nunca esquecerei isso”, destacou ele.
No monólogo de abertura, Kimmel ainda fez uma menção à censura que sofreu após seus comentários sobre Kirk. “Talvez acima de tudo, eu queira agradecer às pessoas que não apoiam meu programa e minhas crenças, mas apoiam meu direito de compartilhar essas crenças de qualquer maneira”, afirmou. Foi então que ele refletiu sobre a suspensão do programa e abordou a liberdade de expressão. “O nosso governo não pode controlar o que nós fazemos ou falamos na TV, e nós temos que nos posicionar contra isso. E eu não acho que o que eu tenho a dizer vá fazer muita diferença. Se você gosta de mim, ponto. Se você não gosta de mim, ponto. Eu não vou mudar a opinião de ninguém”, enfatizou. Talk show de Kimmel foi suspenso após comentários do apresentador sobre a morte do ativista Charlie Kirk (Foto: Reprodução/ABC) Continua depois da Publicidade Emocionado, Kimmel justificou suas falas sobre o assassinato do influencer conservador. “Eu quero deixar uma coisa clara, porque é importante para mim como ser humano. Vocês entendem que nunca foi minha intenção zombar do assassinato de um jovem. Eu postei uma mensagem no Instagram no dia em que ele foi morto, enviando amor à família e pedindo compaixão. Eu quis e ainda quero isso. Não era a minha intenção culpar um grupo específico pela ação que era, obviamente, de um indivíduo profundamente perturbado”, declarou. “Isso era exatamente o oposto do que eu estava querendo dizer. Mas eu entendo que, para alguns, isso pareceu inoportuno, confuso ou talvez os dois. E para aqueles que acham que eu apontei o dedo, eu entendo por que estão chateados. Se a situação foi invertida, haveria uma boa chance de eu me sentir assim. Eu não acho que o assassino que atirou em Charlie Kirk represente alguém. Ele era uma pessoa doente que acreditava que a violência era a solução, mas nunca foi”, continuou. Continua depois da Publicidade Jimmy destacou que as falas não tiveram relação com o posicionamento político de ninguém, tampouco o seu. “Eu recebo muitas ameaças feias e assustadoras contra a minha vida, da minha esposa, dos meus filhos, dos meus companheiros de trabalho por causa do que eu escolho dizer. E eu sei que essas ameaças não vêm do tipo de pessoa de direita que eu conheço e amo”, pontuou. Na sequência, ele opinou sobre a liberdade de expressão. “O que importa é a gente viver em um país que nos permita ter um programa como este. Eu tenho vergonha de dizer que considerava [a liberdade de expressão] algo normal, até tentarem coagir as afiliadas que comandam nosso programa nas cidades onde vocês moraram, até tirarem o meu programa do ar. Isso não é legal e é muito perigoso”, refletiu. Governo de Donald Trump ameaçou cancelar as licenças de transmissão da ABC devido aos comentários de Kimmel sobre Kirk (Foto: Getty) Continua depois da Publicidade Não demorou para o comediante tecer críticas ao governo Trump. “Além de ser uma violação direta à Primeira Emenda, não é uma ameaça inteligente para ser feita em público (…) Você quase tem que sentir pena dele [de Donald Trump]. Ele tentou, fez o possível para me cancelar. Ao invés disso, forçou milhões de pessoas a assistirem ao programa. Parece que o tipo saiu pela culatra”, provocou ele. Jimmy Kimmel também revelou as condições para retornar à emissora. “Eu tenho tido a sorte de trabalhar em uma empresa que me permitiu fazer o programa do jeito que nós queremos por quase 23 anos. Eu comandei quase quatro mil programas na ABC. E, ao longo desse tempo, as pessoas que administram esse canal me permitiram evoluir e expandir os limites do que antes era tradicional para um talk show noturno. Toda noite eles defendem o meu direito de zombar dos nossos líderes e de defender assuntos que eu considero importantes. E eu sou muito grato”, ressaltou. Continua depois da Publicidade Contudo, o apresentador confessou ter reprovado a decisão da ABC ao suspender seu talk show. “Dito isso, eu não fiquei feliz quando me tiraram do ar. Eu não concordava com essa decisão, disse isso a eles, nós tivemos muitas conversas, compartilhamos nossos pontos de vista. E no fim, eles não precisavam fazer isso. Nós somos uma empresa gigante, e eu sou uma pequena parte da Disney Corporation”, relatou. “Infelizmente, e acho que injustamente, isso os coloca em risco. O presidente dos Estados Unidos deixou bem claro que quer que eu e as centenas de pessoas que trabalham aqui sejamos demitidos. Nosso líder celebra os americanos que perdem seus meios de subsistência porque ele não aceita brincadeiras. Nós temos que nos manifestar contra isso, porque ele não vai parar”, refletiu. Assista à íntegra:
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques
Fonte: hugogloss.uol.com.br