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Resumo da NotíciaNo Fantástico deste domingo (17), ex-funcionários de Hytalo Santos, preso por suspeita de exploração de menores, denunciaram condições precárias na mansão do influenciador em João Pessoa. Segundo eles, faltava higiene, a alimentação era regrada, e os compromissos escolares eram negligenciados.
Neste domingo (17), o Fantástico entrevistou ex-funcionários de Hytalo Santos, denunciado e preso sob suspeita de exploração de menores. Ao programa da TV Globo, funcionários relataram que as condições na mansão do influenciador, em João Pessoa, eram precárias: além da falta de higiene, os adolescentes estariam expostos de forma constante às redes sociais e ao consumo de bebidas alcóolicas, sem qualquer tipo de controle ou restrição.

Segundo os relatos, Hytalo exercia rígido controle sobre os jovens, tratados como sua “propriedade”. Ele determinava quando podiam comer, dormir e até usar o celular. Uma ex-colaboradora contou que os aparelhos ficavam trancados em uma caixa, em locais sem acesso para os adolescentes. A residência funcionava como uma espécie de reality show. Além de gravarem conteúdos diários, os menores eram expostos 24 horas por dia. De acordo com uma testemunha, “os conteúdos variavam, mas incluíam, muitas vezes, coreografias sensuais“, que eram publicados nos perfis de Hytalo. Tudo isso, de acordo com o dominical, gerava monetização em formato de rifas, sorteios e publicidades, com altos lucros para o paraibano. “Não [tinham rotina], passavam a noite em claro”, disse um dos funcionários. “Inclusive já teve filmagens que ele fez pra postar na rede social, que as crianças estavam indo pra escola e, após desligar as câmeras, elas não iam pra escola. Ou, se acontecesse de eles irem para a escola e surgir alguma agenda ou algo que precisasse de um deles, eles iriam lá simplesmente para pegar a criança”, completou outra. Uma ex-funcionária revela que higiene também não existia na mansão de Hytalo Santos. Os adolescentes, por sua vez, viviam uma espécie de reality show na mansão do influenciador, com aparelhos trancados. Todos bebiam, sem restrição #Fantástico pic.twitter.com/iHWrVo5dZ8 — Antenados (@canalantenados) August 17, 2025
Os depoimentos também apontam que os adolescentes viviam em ambientes sujos e, muitas vezes, ficavam sem alimentação adequada. “Eu via a casa totalmente cheia de lixo, ficava assim durante três, quatro, cinco dias. Eles não tinham um ambiente limpo. (…) Eles só poderiam comer quando Hytalo acordasse, era só quando ele realmente deixava”, disse a ex-funcionária. As festas também eram frequentes na mansão, com álcool liberado, segundo os relatos. “Eu presenciei muita festa, bebida, e a bebida era à vontade pra todo mundo. Todos bebiam, sem restrição”, contou outro ex-funcionário. Durante o período em que viveu na casa, uma das adolescentes chegou a engravidar e perdeu o bebê. A rotina escolar também era prejudicada, com faltas constantes e períodos de até 50 dias fora da escola para acompanhar gravações. Uma testemunha afirmou ainda que os jovens “viviam como propriedade dele”, em regime de cárcere privado, sem autorização para que saíssem sozinhos. Eles também não podiam manter qualquer tipo de vida social. Uma ex-funcionária revela que higiene também não existia na mansão de Hytalo Santos. Os adolescentes, por sua vez, viviam uma espécie de reality show na mansão do influenciador, com aparelhos trancados. Todos bebiam, sem restrição #Fantástico pic.twitter.com/iHWrVo5dZ8 — Antenados (@canalantenados) August 17, 2025 Continua depois da Publicidade A reportagem apurou que alguns pais, a maioria de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, recebiam entre R$ 2 mil e R$ 3 mil por mês para permitir que os filhos morassem com o influenciador. Conselheiros tutelares afirmaram nunca terem recebido denúncias formais das famílias. O caso ganhou repercussão após o youtuber Felipe Bressanim, conhecido como Felca, publicar um vídeo denunciando comportamentos e conteúdos de Hytalo. A gravação já ultrapassou 44 milhões de visualizações e levou o Ministério Público da Paraíba a agir. Preso na última sexta-feira (15), em Carapicuíba (SP), Hytalo é alvo de duas investigações: uma cível, conduzida pelo Ministério Público, e outra criminal, pela Polícia Civil, ambas por possíveis violações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Durante a prisão, oito celulares foram apreendidos. “A suspeita é que eles estavam sim tentando se evadir e sabiam já que seria expedido um mandado de prisão”, afirmou Fernando Davi, delegado de polícia. Continua depois da Publicidade As redes sociais do influenciador tiveram a monetização suspensa, mas as plataformas não explicaram por que as contas permaneceram ativas até a repercussão nacional do caso. A defesa afirma que Hytalo e o marido, Euro, não tentavam fugir e estavam em São Paulo a passeio. Os advogados negam exploração sexual e tráfico de pessoas e classificam a prisão como “exagerada”. “Se os fatos causam indignação é uma outra abordagem para a situação, mas prendê-lo por conta disso me parece um exagero tremendo. A ideia de exploração sexual que foi pintada, acho que ela transborda da realidade muito”, diz a defesa. O Ministério Público da Paraíba e o Ministério Público do Trabalho sustentam que há provas suficientes de exploração de menores e trabalho forçado. Após a prisão do casal, os adolescentes foram devolvidos às famílias. Clique aqui para assistir à reportagem completa.

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Fonte: hugogloss.uol.com.br