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O carnavalesco Paulo Barros se pronunciou nesta terça-feira (25) após a repercussão de uma entrevista sobre enredos afro no Carnaval. Durante a conversa, publicada no último domingo (23), ele afirmou que não gosta de produzir desfiles com essa temática, pois acredita que os cortejos ficam muito semelhantes na Avenida e que a mensagem se perde para o público. A declaração gerou críticas de internautas e profissionais do Carnaval, que apontaram desrespeito à cultura afro-brasileira e às escolas que celebram essa herança na avenida.

“Desfile com temática africana são todos iguais e ninguém entende nada. É isso exatamente o que eu penso. E eu tenho o direito de pensar dessa forma. O direito é meu. As pessoas falam, nós estamos num país de democracia. Esse é o meu pensamento, sinto muito. Tem que respeitar a opinião de todos, assim como eu respeito. Agora, você vai falar pra mim que desfile de escola de samba obrigatoriamente tenha que ter uma temática africana porque o samba veio da África… Qualquer imbecil sabe disso”, declarou. Barros argumentou que o Carnaval sempre abraçou todos os tipos de tema. “O Carnaval, ao longo de décadas, passou a assimilar todos os tipos de enredo. Eu lembro muito bem que eu já passei por uma época onde só se falava de política. Já passei por épocas onde se falava de cidades. Já passei por épocas onde a gente tinha enredos imaginários, assim como Ziriguidum 2001, assim como Tupinicópolis. Viagens, enredos que são imaginados pelo carnavalesco e que não têm nada a ver com a cultura africana, até porque o Carnaval nos dá essa liberdade”, explicou.
O carnavalesco também criticou a pressão para que ele desenvolva enredos com essa temática. “O Carnaval, o samba e a escola de samba são democratas. Então não venham querer me entubar uma responsabilidade e uma obrigação de ter que falar de temas africanos. Vou repetir: não gosto. É uma opinião minha. É uma opinião minha, não gosto”, afirmou. Continua depois da Publicidade Apesar da repercussão negativa, Barros negou que tenha desrespeitado qualquer escola de samba e reforçou seu respeito pelas religiões afro-brasileiras. “Eu em algum momento fiz alguma crítica a uma escola A, B ou C? Não. Eu não fiz crítica absolutamente a ninguém. Eu só disse a minha posição de que eu não gosto de fazer temas que tenham esse cunho e essa temática baseada na cultura iorubá, africana, enfim. Não gosto. E é uma escolha minha e um direito meu”, disse. Assista à íntegra: Continua depois da Publicidade Na entrevista de domingo, ele afirmou que o Carnaval tem se tornado um espetáculo “pasteurizado” devido à repetição de símbolos e formatos. “São 12 escolas. Provavelmente você vai ver dez desfiles iguais”, comentou. Ele também defendeu a diversidade de enredos e justificou sua escolha por incluir figuras da animação “Monstros S.A.” na apresentação deste ano. “As pessoas ficam dizendo que temos que valorizar a cultura brasileira. Egípcio é brasileiro? Gregos? O que você mais vê na avenida são essas figuras colocadas como nossas, mas que não são”, argumentou. Atualmente, Paulo Barros é o carnavalesco da Unidos de Vila Isabel e assina o enredo “Quanto Mais Eu Rezo, Mais Assombração Aparece”.

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Fonte: hugogloss.uol.com.br