Jimmy Kimmel estaria “absolutamente furioso” com a decisão da ABC de retirar do ar seu talk show, após seus comentários sobre o assassinato de Charlie Kirk. Fontes revelaram ao jornal britânico Daily Mail, nesta quinta-feira (18), que o apresentador se sente impaciente para “romper definitivamente seu relacionamento” com a emissora.
Um informante contou que a atitude do canal foi a gota d’água para Kimmel. “Jimmy está irritado com a decisão de suspendê-lo, assim como o programa, e não vai encarar isso de forma leviana, pois ele está buscando ativamente maneiras de rescindir seu contrato. Isso foi a gota d’água e Jimmy agora busca romper definitivamente seu relacionamento com a ABC“, relatou.
De acordo com o insider, Kimmel também estaria preparando uma participação no talk show de Stephen Colbert. Em julho, a CBS informou que o “Late Show with Stephen Colbert” — no ar desde 2015 — seria encerrado. A emissora alegou motivos financeiros, surpreendendo o público, já que o programa costuma ser o de maior audiência no horário nobre dos EUA. O anúncio também levantou questionamentos por ocorrer duas semanas após a Paramount, que controla a CBS, ter encerrado um processo movido pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a CBS News. A fusão entre a Paramount e a Skydance Media aumentou as especulações, inclusive pelo fato de Colbert ser um dos maiores críticos de Trump na TV. Kimmel estaria preparando ida ao talk show de Stephen Colbert. (Foto: Reprodução/CBS/ABC) Kimmel estaria preparando uma participação como convidado no talk show de Colbert, antes de seu cancelamento, previsto para maio de 2026. Conforme a fonte do Daily Mail, os apresentadores estariam supostamente “procurando fazer algo juntos para lutar” contra o governo de Trump. “Ambos não querem que Trump vença de forma alguma, e isso acendeu uma chama profunda em Jimmy para que ele continue a dizer as coisas como elas são, e a ser sincero consigo mesmo“, afirmou. O informante disse que Kimmel “nem sequer disse algo tão grave” sobre Kirk e, mesmo se tivesse dito, deveria ter sido protegido pela Primeira Emenda, parte da Declaração de Direitos dos EUA que assegura a liberdade de religião, expressão, imprensa, reunião pacífica e o direito de petição ao governo. “Jimmy disse que vai lutar contra isso, não porque se importe muito com o programa, mas porque se importa com o precedente. Ele não pode fazer um comentário sobre Charlie Kirk?“, questionou o insider. Continua depois da Publicidade Para a fonte, trata-se de uma “perseguição”. “Jimmy não vai tolerar isso. E ele tem muitos amigos que vão causar problemas se, de repente, ele não tiver mais um programa. [Isso] fará com que muitos de seus amigos de Hollywood parem de participar dos programas da ABC, incluindo o ‘The View’ [da mesma emissora]“, completou. O anúncio da ABC de que o “Jimmy Kimmel Live!” seria retirado do ar por tempo indeterminado ocorreu na quarta-feira (17). A decisão foi tomada após o apresentador fazer comentários sobre o acusado de assassinar o ativista conservador Charlie Kirk. Em um monólogo, Kimmel sugeriu que o acusado, Tyler Robinson, seria um republicano pró-Trump e alegou que a “gangue MAGA” do presidente estava usando o assassinato como uma manobra para ganhar pontos políticos. Donald Trump celebrou cancelamento do programa. (Fonte: Reprodução/ABC; Getty) “Atingimos alguns pontos baixos no fim de semana com a gangue MAGA tentando caracterizar o garoto que matou Charlie Kirk como algo diferente de um deles“, disse ele, ao vivo. Após a notícia da suspensão, Trump recorreu às redes sociais para comemorar a decisão da emissora. “Ótima notícia para os Estados Unidos: o programa ‘Jimmy Kimmel Live’, criticado por sua baixa audiência, foi CANCELADO. Parabéns à ABC por finalmente ter a coragem de fazer o que precisava ser feito. Kimmel não tem NENHUM talento e a audiência é pior que a do Colbert, se é que isso é possível“, declarou. Trump ainda pediu que Jimmy Fallon e Seth Meyers também sejam cancelados, seguindo o exemplo de Kimmel e Colbert. No ar desde 2002, o “Jimmy Kimmel Live!” é um dos mais longevos dos EUA e consolidou Kimmel como o apresentador ativo há mais tempo nesse formato. A atitude da ABC ocorre em meio a uma onda de restrições à liberdade de expressão no país. Continua depois da Publicidade Lista de exigências Caso queira que a suspensão de seu talk show seja revogada, a Sinclair Broadcast Group, maior grupo afiliado da ABC nos EUA, exige que Kimmel peça desculpas e indenize a família de Kirk. Em comunicado enviado à imprensa, nesta quinta-feira (18), conglomerado determinou que o apresentador faça uma “doação pessoal significativa” aos parentes e à ONG do influencer, a Turning Point USA. A organização atua em universidades americanas promovendo valores conservadores. A empresa afirmou que “se opõe aos comentários recentes feitos pelo Sr. Kimmel sobre o assassinato de Charlie Kirk” e, após discussões com a ABC, tomou a decisão de “suspender por tempo indeterminado” o “Jimmy Kimmel Live” a partir da noite do monólogo do apresentador. “Os comentários do Sr. Kimmel foram inapropriados e profundamente insensíveis em um momento crítico para o nosso país“, declarou o vice-presidente da Sinclair, Jason Smith. “Acreditamos que as emissoras têm a responsabilidade de educar e promover o diálogo respeitoso e construtivo em nossas comunidades. Agradecemos os comentários do presidente Brendan Carr [da Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos] hoje. Este incidente destaca a necessidade urgente de a Comissão adotar medidas regulatórias imediatas para lidar com o controle exercido sobre as emissoras locais pelas grandes redes nacionais“, acrescentou. Suspeito de matar Charlie Kirk teria confessado o crime a um colega. (Reprodução/Redes Sociais; Getty) O comunicado à imprensa prosseguiu, informando que as emissoras ABC da Sinclair, em 30 mercados dos EUA, transmitirão um “especial em memória” de Kirk nesta sexta-feira (19), no horário de Kimmel. O especial irá ao ar em todas as emissoras Sinclair durante o fim de semana, e a empresa está oferecendo o conteúdo às afiliadas da ABC em todo o país. Sinclair encerrou o comunicado à imprensa observando que, “independentemente dos planos da ABC para o futuro do programa”, a emissora não retornará o “Jimmy Kimmel Live!” ao ar até que esteja “confiante de que as medidas adequadas foram tomadas para manter os padrões esperados de uma plataforma de transmissão nacional”.
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Fonte: hugogloss.uol.com.br