“Eu deixei você viver… e você desperdiçou isso”. A frase, dita por Abby, marca os momentos finais da 2ª temporada de “The Last of Us” antes da tela escurecer — e uma nova perspectiva começar a se desenhar para os próximos capítulos da história.
Interpretada por Kaitlyn Dever, Abby retorna pela primeira vez desde a morte de Joel (Pedro Pascal) no sétimo e último episódio da temporada, exibido neste domingo (25), pela HBO. Quando tudo indica que Ellie (Bella Ramsey) vai desistir da vingança e voltar para Jackson, ela é surpreendida pela presença da mulher que virou o centro da sua obsessão. Tomada pelo desejo de justiça após perder seus amigos, Abby mata Jesse (Young Mazino) e rende Tommy (Gabriel Luna) com uma arma.
Ela aponta o revólver para Ellie e… tudo escurece. A cena seguinte revela Abby acordando de um cochilo em uma biblioteca — base dos W.L.F. em Seattle, dentro de um antigo estádio de beisebol transformado em colônia. O local tem plantações estufas e dormitórios. A cena mostra o passado, dois dias antes de Ellie e Dina (Isabela Merced) chegarem à cidade. Abby (Kaitlyn Dever) na base da WLF, em Seattle, no final da 2ª temporada. (Foto: Reprodução/HBO) A escolha narrativa é idêntica à usada no jogo “The Last of Us Part II” (2020). Após a morte de Joel, os jogadores acompanham três dias da jornada de Ellie em Seattle, até o encontro final com Abby no teatro. Nesse ponto, a história pausa e retorna no tempo — só que agora pelo olhar da personagem que até então era vista como antagonista. O jogador assume o controle de Abby, enquanto a trajetória de Ellie fica em segundo plano. Assim como Ellie revive momentos com Joel ao longo de sua caminhada, a história de Abby também apresenta flashbacks, revelando seu vínculo com o pai, seus laços com outros personagens e seu envolvimento com o grupo dos W.L.F. A série da HBO, que já havia sido renovada antes mesmo do lançamento da 2ª temporada, deve agora se aprofundar nesses elementos, segundo o Entertainment Weekly. Continua depois da Publicidade Em uma coletiva com jornalistas realizada antes da exibição do episódio, os criadores Craig Mazin e Neil Druckmann não deram detalhes sobre como vão adaptar essa nova fase do jogo, mas adiantaram algumas pistas. Personagem de Kaitlyn Dever na 2ª temporada de ‘The Last of Us’. (Foto: Liane Hentscher / HBO) “Existe outro lado nessa história que ainda não exploramos de verdade. Não há dúvidas de que Abby é a heroína da própria narrativa. Kaitlyn Dever é a protagonista de uma história, sempre. Se você tem uma Kaitlyn Dever, você usa uma Kaitlyn Dever. Então, o que posso dizer é que a próxima etapa vai sempre girar em torno de alguém — seja Ellie e Dina, ou Abby e suas relações com Owen ou outras novas conexões. Quem jogou já sabe do que estou falando. Mas, no fim das contas, tudo está sob a sombra – ou à luz – do que Joel fez: o que ele fez com Abby, e o que fez por Ellie. Isso nunca vai mudar”, revelou Mazin. Mazin deixou claro que, mesmo com os planos para a 3ª temporada bem definidos, o processo criativo pode passar por mudanças: “O que posso garantir é que ainda não vimos o fim de Kaitlyn Dever, nem de Bella Ramsey, nem de Isabela Merced. E, acredite se quiser, nem mesmo de vários personagens que já morreram na história”. Continua depois da Publicidade Já Druckmann reforçou a virada de ponto de vista na trama: “Há uma grandiosidade no que está por vir, mas essa outra parte da história será fundamental para entendermos Joel, Ellie e tudo o que vimos até agora”. Ellie (Bella Ramsey) em ‘The Last of Us’. (Foto: Liane Hentscher / HBO) Se a produção seguir o material original, personagens que já morreram devem retornar em flashbacks — como Owen (Spencer Lord), Mel (Ariela Barer) e Nora (Tati Gabrielle). Jesse também pode ganhar mais espaço. Em conversa com a Entertainment Weekly, Young Mazino contou que os roteiristas adiantaram que Jesse e Tommy vão “tocar o terror“, nos novos episódios. A 3ª temporada deve continuar acompanhando a jornada deles por Seattle. Mazin e Druckmann também prometeram expandir o conflito entre os W.L.F. e os Serafitas, incluindo a batalha que acontece em uma ilha para onde Ellie é levada por acidente. No jogo, essa parte é vivida apenas por Abby — Ellie nunca chega a ir até lá. Durante a coletiva, Druckmann ainda comentou sobre um “certo guindaste” visto nos telhados no episódio 7, uma referência direta a uma sequência marcante de Abby no game. Mazin, por sua vez, provocou os fãs dizendo: “Ratos… Sobre o que podemos falar?”, em alusão ao “Rei dos Ratos”, uma das criaturas mais assustadoras do jogo. Continua depois da Publicidade A primeira temporada focava em Joel e Ellie, enquanto a segunda aprofundou a história da Ellie. Agora, a série segue pelo ponto de vista da Abby. Os criadores já estão considerando uma quarta temporada. Sobre os executivos da HBO, Druckmann comentou: “Eles entenderam que a série vai se transformar a cada temporada, o que é arriscado para uma produção de sucesso. A gente vive pedindo ao público: ‘Sabemos que vocês amaram isso, mas agora vamos tirar e oferecer outra coisa’. E torcemos para que respondam: ‘Poxa… mas quer saber? A gente adorou isso também’. É assim que essa história funciona”.
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Fonte: hugogloss.uol.com.br