Essa associação só faria sentido em histórias ambientadas em uma época específica: os anos 1960, quando uma certa ingenuidade trazida por descobertas fantásticas convivia com um lado sombrio que ameaçava o idílio do pós-guerra. Fazer de “Quarteto Fantástico” um filme de época, contudo, não parecia fazer sentido em um cinema-espetáculo voltado cada vez mais para o amanhã. O Coisa (Ebon Moss-Bacharach), Sue Storm (Vanessa Kirby), Reed Richards (Pedro Pascal) e Johnny Storm (Joseph Quinn) em ‘Quarteto Fantástico: Primeiros Passos’ Imagem: MarvelA primeira tentativa de adaptar a série para a tela grande, ainda em 1994, nem conta, já que o filme, produzido por Roger Corman, foi feito unicamente para os produtores manterem os direitos da marca. As duas aventuras dirigidas por Tim Story – em 2005 e 2007 – tinham clima de desenho animado infantil, e quanto menos falarmos do desastre feito por Josh Trank em 2015, melhor.Em 2026, contudo, o cenário é outro. A Marvel domina o cinema pop com seu universo cinematográfico desde que “Homem de Ferro” entrou em cena em 2008. De lá para cá, o estúdio foi adquirido pela Disney, que depois comprou a Fox, reunindo mais uma vez seus personagens sob o mesmo teto. Se os X-Men ainda não entraram na equação cinematográfica, o Quarteto Fantástico tem finalmente a chance de voltar para casa.A engenharia para “Primeiros Passos” parece esperta. Em vez de bolar uma desculpa e colocar a equipe no olho do furacão, em um mundo já familiar com seus justiceiros superpoderosos, “Quarteto Fantástico” habita uma realidade alternativa retrofuturista, como se o futuro ousado e vibrante imaginado nos anos 1960 tivesse sido realizado. Do figurino aos cenários, tudo grita nostalgia. Ben Grimm (Ebon Moss-Bacharach) se entende com o robô H.E.R.B.I.E. Imagem: Marvel
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